quarta-feira, 29 de abril de 2009

Alcoolismo

Pondo na roda, com ou sem duplo sentido.

"Eu achava que a bebida me daria uma parcela de felicidade. Eu achava que a bebida me daria uma parcela de sucesso. Eu achava que a bebida me daria uma parcela de liberdade. Mas foi tudo um grande engano."

Quem disse isso foi um alcoólatra em depoimento ao RJTV de hoje. Fiquei levemente preocupado. Vivo dizendo aqui que beber (entre outras práticas relacionadas a Dionísio) é legal, que proporciona liberdade e no post anterior eu disse que minha vida melhorou muito depois que comecei a cultuá-lo. Será que meu destino era terminar como este indivíduo que, envergonhado, apareceu na TV como uma sombra com voz de Darth Vader?

Foi preocupante a princípio, mas acho que consegui um bom motivo pra ficar aliviado. Esta pessoa sempre dependeu da bebida e exclusivamente dela. Era inevitável que se tornasse um escravo dela. E a escravidão se opõe a liberdade que eu prego aqui. Eu consumo a liberdade, não a bebida. Acho que isso me afasta da dependência ou, caso a dependência venha sem eu perceber, meu desejo pela liberdade permitiria que eu me livrasse do vício.

A bebida é um dos muitos meios para se libertar da realidade e, acreditem ou não, eu admiro muito aqueles que não precisam da bebida pra se entusiasmarem. Cezar Drake, um sábio do orkut, disse uma vez que "venturoso é aquele que, com o espírito tranqüilo, é conhecedor dos mistérios dos deuses, leva uma vida pura e consagra seu espírito ao tropel dionisíaco, liberando sua exaltação pelos campos e montanhas".