segunda-feira, 18 de março de 2019

As Máscaras Sociais

Todos usamos máscaras em praticamente todos os momentos de nossas vidas, não só no carnaval. Algumas são usadas por vontade própria, outras por cobranças da sociedade. O pai autoritário, a moça recatada, o profissional responsável, a jovem descolada, o cara pegador, a mulher moderna, o machão agressivo, a pessoa bem resolvida, e por aí vai... As possibilidades são infinitas e cada um desses personagens revela um pouquinho da nossa personalidade. Não se pode interpretar, senão a partir de algo que existe em você.



Não devemos, portanto, entender necessariamente essas máscaras como uma forma de falsidade, mas como um mecanismo social que é importantíssimo para estabelecermos todas as nossas relações. Em cada cenário da vida possuímos diferentes papéis e é necessário se adaptar às diferentes situações para desempenhá-los com eficiência. Vários dos personagens citados no parágrafo anterior podem coexistir em uma mesma pessoa e é positivo que assim o seja. O profissional responsável precisa ser equilibrado por uma personalidade adequada em momentos de descontração, porém muitas vezes não cabe adotar esse mesmo comportamento em ambientes em que se espera uma postura mais séria. Tudo vai depender da vida que você leva e das relações que você estabelece.

A lógica das máscaras abre margem, no entanto, para um aspecto bem nefasto da interpretação de personagens: a hipocrisia. O termo tem origem no teatro grego e significa alguém que oculta a realidade atrás de uma máscara de aparência, sendo usado atualmente para designar alguém que emula comportamentos corretos, virtuosos, socialmente aceitos.



Para o linguista e analista social Noam Chomsky, a hipocrisia, é definida como a recusa de "... aplicar a nós mesmos os mesmos valores que se aplicam a outros", é um dos males da nossa sociedade, que promove a injustiça como guerra e as desigualdades sociais, num quadro de auto-engano, que inclui a noção de que a hipocrisia em si é um comportamento necessário ou benéfico humano e da sociedade.

Agora que o carnaval passou, cuidado com as máscaras daqueles ao seu redor. Usem as suas com sabedoria e sempre para o bem, nunca para o mal.


Para saber mais sobre a teoria junguiana das máscaras, recomendo o texto do site Pensamento Líquido. Ou, se preferir, dê o play no vídeo abaixo, da psicóloga Araiê Berger.

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